quarta-feira, 4 de março de 2009

(1)- MEDICINA ALOPATICA VERSUS STRESS





Há ocasiões em que o homem, em razão dos padrões culturais que assumiu, recusa-se a ler, ver ou ouvir temas que contradizem seus dogmas, mesmo se o conteúdo, além de verdadeiro, lhe é extremamente benéfico. Isso porque os pré-julga capciosos ou aparvalhados.
Desse modo, quando afirmo que por meio de uma palestra Zen, Zen porque inclui um ritual tibetano, extingo o stress de quem quer que seja, isso é, lhe azero as tensões que acumulou ao longo dos anos, incluindo as dores e mal-estares que lhe são pertinentes, estampando, ainda, em suas face agora serenada um sorriso radiante, não sou levado a sério.Não sou levado a sério mesmo se o cenário do stress é cada vez mais conturbado. Sim, porque enquanto os pesquisadores esclarecem suas causas e efeitos, detalhando, por exemplo, que sob o estímulo de perturbações externas o hipotálamo libera o CRH (Corticotropin Releasing Hormone) e endorfinas, e este, estimulando a hipófise, uma glândula do cérebro, faz com que expele o hormônio adrenocorticotropico, o ACTH, que por sua vez, ao excitar o córtex adrenal, provoca a secreção do cortisol, que é o hormônio do stress. E que este, uma vez no organismo, baixando o nível de imunidade, consente que até um simples resfriado se transforme em uma pneumonia grave. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) informa que em 2004 foram vendidos 17 milhões de unidades de antidepressivos (gotas, cartelas de comprimidos, cápsulas etc.), e que três anos depois, isto é, em 2007, venderam-se 24 milhões, e em 2008, só entre janeiro e julho, o consumo chegou a 15 milhões.

Mas, há mais lenha que vai ampliar a fogueira, porque em janeiro de 2009 a mídia do mundo inteiro veiculou a seguinte pesquisa:Londres - Os antidepressivos da nova geração não funcionam, salvo nos casos mais graves, porque na maioria dos pacientes só têm efeito placebo. Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada por cientistas do Reino Unido, Estados Unidos e Canadá que examinaram todos os dados existentes sobre esse tipo de substâncias.
Para o estudo, divulgado na publicação especializada "Public Library of Science", foram utilizados os resultados de 47 testes clínicos, além de uma série de dados inéditos graças à legislação britânica sobre liberdade de informação.As conclusões da pesquisa valem no caso do Prozac (fluoxetina), do Seroxat (paroxetina), e de fármacos similares como Effexor (venlafaxina) e Serzone (nefazodone).Segundo Tim Kendall, diretor-adjunto da Divisão de Pesquisa do Royal College of Psychiatrists, os laboratórios geralmente publicam somente os estudos que lançam uma luz positiva sobre seus produtos.
Qual a razão destes desacertos?
Diria que são comuns na medicina, porque ela, após a paternidade de Hipócrate (460-377 a.C.) foi adotada por René Descartes (1596-1650), aquele da física mecanicista e da teoria dos animais-máquinas. Foi assim que a ciência, incluíndo a médica, adotou a avisão de mundo em que tudo se subdivide em partes, e cada uma delas, em particulas cada vez menores. Desse modo, para entender o funcionamento de “qualquer coisa”, é necessário desmontá-la ou dividi-la em todas as partes possíveis.
Assim sendo, para conhecer é necessário fragmentar, e para corrigir (curar uma enfermidade, por exemplo), deve-se abrir, separar, e quando necessário, substituir. Sim, a técnica de uma oficina mecánica para concertar um veículo, pois o corpo humano, como os demais corpos sólidos, o paradigma cartesiano newtoniano o equipara a uma máquina.
As quatro regras fundamentais de Rene Descartes:
1. Nada deve ser aceito como verdadeiro a menos que seja claro e evidente.
2. Tudo deve ser dividido em todas as partes possíveis.
3. Diante de um enigma deve-se evoluir do mais simples ao mais complexo.
4. A razão deve ser reavaliada constantemente.
Mais tarde, Isaac Newton (1642-1727) consolidou o método racional dedutivo de Descartes e implementou definitivamente os princípios do mecanicismo. Nasceu assim o paradigma cartesiano-newtoniano, os fundamentos que até hoje norteiam a ciência.
No último séculos, porém, diante da comprovação de que a maioria das enfermidades abrolham durante os períodos em que as pessoas vivem traumas psiquicos, a medicina psicossomatica começou a encontrar seu espaço. Neste, o Dr. Gorot, do Hospital Bichat, diz: “quem mais somatiza são pessoas adaptadas ao real, ao conformismo, porque elas, obliterando toda vida imaginãria, não conseguem se soltar. Assim sendo, se colocadas em situação de impasse psicológico, somatizam desenvolvendo doenças que inúmeras vezes são muito graves.

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